quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mallu Magalhães: entre a maturidade e o pop - Café com POP

nota08

Mallu Magalhães
em “Mallu Magalhães” (2009)

“Don´t Believe the hype”. Lembram dessa frase? Pois para Mallu Magalhães, durante um certo período, ela fez efeito. Agora, 2 anos depois de sua estréia meteórica em palcos e bytes de todo Brasil, ela está de volta com um disco mais coeso, consistente e, claro, muito mais madura.

O crescimento não foi apenas na altura – sim, ela cresceu 10cm nesse período. Suas novas músicas conseguem manter um pouco do seu frescor juvenil, mas ampliam as bases para outras frentes musicais. Não há somente doçura na voz da garota. Ela já consegue impor sua voz sobre os timbres que sua banda executa com cuidados de cirurgião plástico. No entanto, ainda dá para perceber que Mallu falha em alguns momentos, tentando cantar de uma maneira que ainda não lhe é possível, ou simplesmente “adocicando” demais a voz.

Os grandes momentos ficam por conta da música de abertura, “My Home is My Man”, mais densa e forte, assim como ela mostra na forma de cantar. Dá para lembrar, de alguma forma, um pouco de PJ Harvey em uma versão mais juvenil. Em “Shine Yellow”, Mallu explora caminhos alternativos, apostando no reggae com pitadas tropicais. Até acerta. Já “Soul Mate”, “Ricardo” e “Bee On The Grass” emulam o som do primeiro trabalho da cantora, só que com uma banda mais afiada. O amado Marcelo Camelo está presente não em corpo, mas em espírito, na calminha “Te Acho Tão Bonito”, uma canção de apelo pop, mas com uma melancolia a lá Los Hermanos. “Make It Easy” é a música mais cantarolável do disco, daquelas que se sai batendo o pé no chão e assobiando sem vergonha.

O disco ainda traz outras boas canções, porém o mais importante é a fase que a cantora parece estar prestes a entrar: com maturidade musical, bons músicos em sua banda e ótimas referências costuradas, Mallu Magalhães segue por um caminho pop com toques de alternativa.